Recentemente passei por duas
experiências marcantes na vida de qualquer pessoa e especialmente na vida de
uma mulher. Tive a alegria de saber que estava grávida e a tristeza de saber
que o meu bebê havia parado de se desenvolver com 9 semanas de vida.
Já havia lá um forte coração que
ainda na sexta semana de gestação eu e o pai dele ouvimos.
Na oitava semana o coração ainda
batia forte, mesmo em um corpinho de apenas 2 centímetros, aonde os dois
hemisférios cerebrais já começavam a ser vistos na ecografia.
Não era o plano divino que esta
vida continuasse conosco e eu agora já assimilei muito bem isto, compreendendo
que tudo concorre para o bem dos que amam a Deus. Sempre.
Porém, algo que vi publicado nas
redes sociais há alguns dias quase me causou mais pesar do que a perda do bebê.
Foi muito doloroso ler uma
publicação afirmando que até a 12ª semana trata-se apenas de um amontoado de
células.
Eu gostaria então de dizer a quem
compartilhou e acredita nisto que eu e meu marido não perdemos um amontoado de
células, nós perdemos um filho ou uma filha.
Afirmações do tipo “a mulher é dona
do seu corpo” nunca me convenceram, afinal de contas: e do corpo do bebê, quem
é dono? Mas agora, depois de ter vivido a experiência de ser mãe estou ainda
mais convencida de que durante os dias
em que tive meu bebê comigo eu é que pertencia a ele.
Penso que levar ou não adiante
uma gestação é decisão que recai sobre a consciência dos pais, cabendo a estes
decidir sobre seus padrões morais e as consequências de suas escolhas, sendo discutível até que ponto
cabe ao Estado interferir.
O que não admito é que se afirme
que não se trata de uma vida.