quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Se escolhi ser cristão, católico e cursilhista, escolho também...


 (baseado nos dctos – DGC, GS,ChL)
- Ter Jesus como modelo de mestre e servidor e ser fiel a esse modelo.
- Assumir seu chamado com entusiasmo e como realização da minha vocação batismal.
- Comprometer minha vida em benefício de mais vida para meu próximo.
- Assumir corajosamente meu batismo e fazer parte da minha comunidade, atendendo com boa vontade ao que a minha Diocese sugere como prioridades.
- Buscar maturidade humana e equilíbrio psicológico.
- Com base na busca de formação crescer no equilíbrio afetivo e no senso crítico, na unidade interior, na capacidade de relações e de diálogo.
- Alimentar-me das inspirações do Espírito Santo para transmitir a mensagem com coragem, entusiasmo e ardor.
- Nutrir-me da Palavra, da oração, da Eucaristia e da devoção mariana, alimentar minha espiritualidade de modo que minha ação nasça do testemunho da minha própria vida.
- Descobrir o rosto de Deus nas pessoas, nos pobres, na comunidade, no gesto de justiça e partilha e nas realidades do mundo, ”a fé em seu conjunto deve enraizar-se na experiência humana, sem permanecer na pessoa como algo postiço ou isolado”.
- Conhecer a fé cada vez mais pois ela ilumina a existência e dialoga com a cultura.
- Abrir-me aos problemas reais e ter sensibilidade cultural, social e política.
- Ser sensível à defesa da vida e as lutas do povo.
- Cuidar com esmero da minha auto-formação, buscar preparação e estar disposto a aprender sempre mais para dar testemunho convincente de fé tendo intimidade com a Palavra de Deus e com a doutrina e a reflexão da Igreja e ajudando a melhorar a Escola Vivencial do MCC.
- Cultivar amizades, prestar atenção nas pessoas, estar atento a pequenos gestos que alimentam relacionamentos positivos. A delicadeza diária, simples, também é um anúncio do Reino de amor de Deus em nossos ambientes.
- Estar atento às mudanças que ocorrem na sociedade, à inculturação da fé no mundo de hoje é cada vez mais desafiante.
- Estar atento ao fato de que a família é o berço da evangelização, os valores nela adquiridos fecundam e abrem o coração para os caminhos da fé, a formação recebida em casa tem influência forte na maturidade da fé dos adultos, por isso estar sempre pronto a ajudar pessoas que tiveram experiências familiares menos positivas a encontrar em nossas comunidades espaço e estímulo para superar suas dificuldades.
- Cuidar do planeta, reciclar cuidadosamente o lixo, consumir o mínimo possível, cobrar dos poderes constituídos transporte coletivo de qualidade, saúde e educação pública e gratuita para todos.
- Não me negar a participar, quando convidado, de associações e conselhos que visem ao bem comum.
- Conhecer a pluralidade religiosa presente até mesmo em nossas famílias, para saber dialogar e respeitar as diferenças.
- Sentir-me pessoalmente responsável pela minha paróquia e pelo Movimento de Cursilhos de Cristandade.  
                                                                                 

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Hopes and fears



Tem um bicho papão que mora logo ali, embaixo da minha cama.
Eu sei o nome dele, faz bastante tempo que a gente convive.
Ele é um medinho de quem eu nunca falo, mas que é meu principal assunto... vai enteder!
Sabe que tem dias que ele até sai de casa comigo, é verdade. Mal consigo disfarçar, ele é bem pesadinho e as pessoas notam minha dificuldade para o carregar, muitas vezes até se assustam, se afastam... Mas sei lá, ele é meu, já acostumei né?
Os amigos mais queridos fazem de conta que não o enxergam: “todos temos nossos medinhos”, é o que dizem. Alguns afagam a criatura, me dão lacinhos ou gravatinhas para deixa-lo mais apresentável: “até que dá pra conviver né Paty?”. Mas lá no fundo eles pensam e entre si até comentam: “por que é que ela não larga desse bicho?”
Há então quem tente me dar outra companhia... o bicho fica agressivo, se impõe logo, não conseguem viver juntos. "Ou eu ou ele"!
A família é quem mais se incomoda: “esse bicho não pode ficar aqui para sempre, Patricia, livre-se dele!”.
Eu tento gente, eu tento!
Mas parece que se eu tiver uma ou duas noites em que o sono venha sem que o bicho me atrapalhe, nas noites seguintes ele fica mais barulhento, exigente...
É, acho que esta é a minha cruz. Há muito na minha vida eu decidi que não teria medo das cruzes que viessem, afinal, para mim não é brincadeira quando ouço: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me”. (1) Se Ele falou, está falado...
E no final das contas a cruz nem é tão pesada assim, sempre tem alguém para dar uma forcinha. Eu sei que vai chegar um momento em que deixarei essa e encontrarei outra.
Ultimamente o bichinho anda cantarolando uma música bem linda para mim (2):



E eu confio realmente que um dia ele vai voltar para o lugar de onde veio e que “our dreams will break the boundaries of our fears”...

Desculpem se soa como um breve lamento. É que o bicho há dias estava aqui dizendo que eu nunca escrevi nada sobre ele...

(1)     Marcos 8:34
(2)   Fogo Cruzado (Crossfire – Brandon Flowers)
Há uma calmaria na rua fora de sua janela
Você está mantendo segredos sobre o seu travesseiro
Deixe-me entrar, não há motivos para alarme
Eu prometo esta noite, não causar nenhum dano
Eu prometo a você baby, eu não vou lhe fazer nenhum mal

E nós somos apanhados no fogo cruzado
Entre céu e inferno
E estávamos em busca de abrigo
Deite seu corpo...

Observando você se vestindo enquanto apaga a luz
Eu esqueço tudo sobre a tempestade lá fora
Nuvens escuras traçam seu caminho pela cidade
Mágoa e dor veio caindo
Como granizo, neve e chuva, yeah
Eles estão repartindo

E nós somos apanhados no fogo cruzado
Um céu e inferno
E estávamos em busca de abrigo
Deite seu corpo...

Diga ao demônio que ele pode voltar de onde ele veio
Suas flechas ardentes miraram em vão
E quando a parte mais difícil acabar nós estaremos aqui
E nossos sonhos vão quebrar as barreiras de nossos medos
As barreiras de nossos medos

Deite seu corpo (6x)
Ao lado do meu...

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Rir com os que riem


São Paulo nos sugere em sua Carta aos Romanos: “Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram”.(1)
Nas duas situações o que ele nos indica é a sempre necessária empatia, saber colocar-se no lugar do outro e assumir na própria carne que “nada do que é humano me é estranho” (2).
Porém, parece que muitas vezes é mais fácil compartilhar o sofrimento alheio, chorar junto, se compadecendo, do que rir nas alegrias que não são diretamente nossas.
Ao observar o sofrimento do outro, inevitavelmente lembramos de nossas próprias dores. Todos temos ausências, faltas, saudades, carências guardadas em nós. Uma notícia, um amigo ou até um filme triste, podem ser boas oportunidades de chorar um pouco do choro armazenado, extravasar um pouco das lágrimas represadas. Damos o ombro e também choramos por nós mesmos.
Venho pensando que experimentar alegria verdadeira ao acompanhar momentos felizes que não são nossos talvez seja um atitude ainda mais cristã. Aquele que consegue sinceramente celebrar o sucesso de outras pessoas sem que tal sucesso o faça lembrar de seus próprios fracassos, talvez seja uma pessoa melhor do que aquele que chora junto.
Quando “a alegria alheia incomoda” (3) é hora de rever alguma coisa na vida.
A Patricia que me observa fica realmente muito frustrada quando tem que se admitir invejosa... Mas, sou só um work in progress, ainda há tempo!
(1)    Romanos 12:15
(2)    Terêncio
(3)    Rita Lee – Erva Venenosa