quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Creio na Santa Igreja Católica

Quando criança, mesmo sendo católica, estudei na Escola Adventista, aonde tive excelentes professores e um cuidadoso ensino religioso. Era costume da escola levar os alunos à Igreja, que fica junto da escola, e nos incentivar a participar de algumas celebrações. Eu achava bonito o quanto todos se conheciam e pareciam se querer bem.

Mais tarde, tive a alegria de me tornar membro do Movimento de Cursilhos de Cristandade, e a partir dele descobrir que também entre católicos é possível ter aquele sentimento de comunidade. A partir de então, quando participo da missa em Guarapuava, conheço a maioria dos padres e eles também me conhecem, muitos ali presentes sabem da minha família, nos visitam quando temos problemas, preocupam-se com as nossas perdas, curtem as nossas alegrias, ouvem até mesmo os nossos conselhos. Quando participo da missa em Guarapuava, estou entre amigos, estou em família.

Não abro mão deste sentimento de comunidade por nada. Nenhuma espiritualidade cultivada na solidão supre o que a comunidade me fornece.

Essa comunidade tem uma história incrível, de muitos e graves erros, mas também de enormes acertos que nos trouxeram até aqui e contribuíram para muitas das conquistas de que usufruímos até hoje não apenas como católicos, mas como pessoas e cidadãos.

Durante o período de férias, em que tive o privilégio de poder passar alguns dias fora da rotina, no litoral, tive a oportunidade de participar da missa em uma igreja que não é a minha, de todas as semanas.

Nos mesmos dias em que eu estava lá, alguns acontecimentos agitavam a minha igreja, pedaço da minha casa, em Guarapuava.

Participar de uma celebração em uma igreja “desconhecida” me fez refletir sobre tais acontecimentos. Foi muito interessante celebrar com um padre cujo nome eu nem sei. Também não conhecia qualquer dos ministros da Eucaristia. Não tenho ideia de quem eram as pessoas cantando, proclamando as leituras e tudo o mais. Não conheço o passado daquelas pessoas, suas profissões, se são bons vizinhos, esposos fieis ou não... Não sei nada disso e não preciso saber.

Foi muito interessante participar da missa e perceber que as pessoas que estão ali são simplesmente instrumentos passageiros, como também eu sou. Perceber que por mais que eu tenha padres amigos, a quem admiro muito e por quem tenho enorme carinho, a minha fé e a minha participação na Igreja não dependem deles.

A cada celebração temos a oportunidade de repetir que cremos em Deus Pai, que cremos em Jesus Cristo e que cremos na Santa Igreja Católica.

Em nenhum momento rezamos que cremos no bispo ou neste ou naquele padre.

Ao contrário, quando a eles nos referimos pedimos (diretamente a Jesus já presente na Eucaristia) que, junto com a Igreja (e assim junto conosco), cresçam sempre em caridade.

É o que pretendo continuar sempre pedindo para mim, para os padres, religiosos e religiosas e todos os demais.

Isso não significa que eu ignore as decepções que seres humanos podem nos causar. Isso não significa que erros não devam ser investigados.

Fui a uma Igreja em que eu não conhecia ninguém, mas eu sou absolutamente conhecida pelo único que lá me interessava: Cristo. Eu não o conheço completamente, mas Ele me conhece e, ainda assim, me ama e me aceita.


É por Ele que seguimos, apesar das pessoas, apesar de nós mesmos.