quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

DOZALUNO: Faroeste Caboclo e Criminologia

A partir da dica enviada pelo Jurbo Oliveira, é possível retirar algumas provocações criminológicas na música Faroeste Caboclo.

Nunca fui grande fã do Legião Urbana e minha fase adolescente de ficar tentando repetidamente decorar a bendita música passou logo, mas realmente os vídeos são divertidinhos e a relação com alguns dos comentários que fazemos nas aulas de Criminologia são evidentes.

Destaco abaixo alguns pontos:

Subculturas Criminais, Associações Diferenciais ("desde criança só pensava em ser bandido"). Vemos ainda a valorização dentro da subcultura justamente dos comportamentos e características que levariam o agente a ser reprimido fora dela.

Busca por objetivos culturais distantes ("ver o mar e as coisas que ele via na televisão"), é a justificativa, conforme Robert Merton, para o crime. Aqueles que não conseguem chegar aos objetivos culturais usando os meios institucionais, podem adaptar-se a tal distância com o comportamento inovador, em que podemos encaixar o crime.

Mergulho no papel de criminoso, inserção na carreira desviante ("aos 15 foi mandado ao reformatório, aonde aumentou seu ódio diante de tanto terror". Efeito estigmatizante da pena e seu papel na continuidade da carreira delitiva.

Discriminações.

Trabalhava e mal conseguia se alimentar. Ausência do Estado ("ouvia no noticiário que o seu ministro ia ajudar").

Tráfico, roubos e "para o inferno ele foi pela primeira vez" e "agora santo cristo era bandido" (novamente a continuidade da carreira desviante a partir da punição).

O desejo de se inserir no padrão de "normalidade", casando e tendo filhos com Maria Lúcia.


E por fim, talvez a frase mais interessante:
"A alta burguesia da cidade não acreditou na história que eles viram na TV." (Apreciação dos fatos partindo de pontos de vista e sistemas de valores diversos, por isso a impossibilidade de julgar a subjetividade e as escolhas feitas pelo criminoso).




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