quinta-feira, 10 de março de 2011

Sambar faz bem à saúde


Decorei, cantei e sambei à exaustão o enredo da Imperatriz Leopoldinense no Carnaval 2011. (1)
Ao chegar ao final da avenida, não pude deixar de concordar: de fato, sambar faz bem à saúde!
Não se trata, é claro, meramente da atividade física, este esforço é só uma pequena parte, trata-se sim do permitir-se.
Há quem fale muito mal do Carnaval, e quem quiser fazer isto certamente encontrará suas razões.

Mas eu, aqui do meu canto, acho que toda pessoa deveria ter direito a um carnaval bem aproveitado! Todos deveriam, apesar dos problemas pessoais, das tristezas no mundo, das maldades humanas, todos deveriam ter o direito de, nem que seja só por alguns dias, permitir-se.

Permitir-se rir, e muito. Dançar e cantar alto, pegando o metrô ou o ônibus. Andar na rua, usando colares, chapéus coloridos, maquiagem carregada. Ir ao supermercado ou ao banco fantasiado. Sair carregando quase nada. Sujar os pés e os sapatos sem dó. Tomar chuva e não lembrar do cabelo...

Sabe tudo aquilo que, se você fizesse na “normalidade” da vida te chamariam de louco? Todos deveriam, nem que seja só por uns dias, permitir-se.

Carnaval bem aproveitado para mim é, nem que seja só por uns dias, permitir-se ser criança outra vez. Roupas confortáveis, amizades fáceis, pulos, brincadeiras sem desconfiança, canseira que descansa sentada no chão ou aonde der... sem frescura!
Não se trata de perder todos os limites, se falo de prazer, falo também da temperança e todos aprendemos desde cedo: "tudo o que é demais enjoa".
Não se trata também de esquecer os problemas, o trabalho, as dificuldades, todos eles continuam a nos esperar nas cinzas que somos. Seguramente é bem mais fácil enfrentá-los quando também damos espaço à alegria, mesmo em meio às ausências de que é feita a vida.

Falta muito para o mundo ser perfeito ainda? É claro que falta, mas eu é que não pretendo esperar até lá para festejar!
Eu? “Eu quero é sambar”!
Então, “deixa eu brincar de ser feliz, deixa eu pintar o meu nariz”, mesmo sabendo que “todo carnaval tem seu fim”.(2)

(1)    No Carnaval, uma injeção de alegria,
Dividida em doses de amor,
É a minha Escola a me chamar, Doutor!
Posso ouvir no som da bateria,
O remédio pra curar a minha dor!
Eu quero é Sambar!
A cura do corpo e da alma no Samba está!
(Compositores: Flavinho, Me leva, Gil Branco, Tião Pinheiro e Drummond - http://www.imperatrizleopoldinense.com.br/carnaval/samba.html)

(2) Todo carnaval tem seu fim – Los Hermanos (Compositor: Marcelo Camelo)

2 comentários:

  1. ah Paty...fui lendo o seu texto e revivendo tudo...sei exatamente cada palavra de que você está falando...chega a ser meio surreal pra gente ver gente de todas as idades com brilhos e fantasias no banco, no mercado, na farmácia e sem uma ruga de preocupação na testa.
    Vamos nos permitir mais vezes.

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  2. Acho que você tá certíssima!
    ;*

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